Casa d'Aldeia é a casa original, a mais antiga habitação de minha cidade natal Cachoeira do Sul. Habitação, que, igual a cidade, apesar de tantos golpes de vento e borrascas sazonais teima em manter ao menos duas paredes de pé. Casa d'Aldeia é a minha casa. Seja bem vindo a ela!
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14 de mar. de 2010

AS PUTAS TRISTES DE GABRIEL GARCIA MARQUES


Elas, apesar de serem as culpadas pela existência dos filhos, gerados naturalmente (cavacos do ofício, vícios do "metier" kkkkk) não se devem deixar culpar pelas filhadaputices dos mesmos. Os Filhos das Putas, pelo que sei constituíram um país fictício, uma espécie de ilha paraíso fiscal. Imensa ilha onde habitam gigasntes usurários. Corruptos juramentados. Ladrões do fisco. Cambalacheiros da "res pública". Ilha continental onde tudo é gigantesco, coisa imaginosa á la Jonathan Swift. Esse é o país da FILHA DA PUTICE. Mas, repito as putas tristes decantadas por Gabriel, o Marques, não são de todo as culpadas por o excesso demográfico de "Filhos e Filhas da Puta" que, por conveniência (fiscal & de outros parangolés) decidiram habitar a imensidão das terras tropicais da ilha FILHA DA PUTICE. Mas afinal, como funcionam as leis no país dos filhos da puta? Simplesmente não funcionam. E o sistema judiciário? Venal e pecuniário. A religião? Abstrata, abjeta, arengosa, ameaçadora, aliciante, corrupta e corruptora. Como de resto todas as instituições de ensino desse país de filhos e filhas da puta. E a criminalidade? Traquejada no brilho do pó e dos diamantes. Não há ladrão pichelingue, não há meganha bôbo no país dos filhos e filhas da puta. Nego dá rasteira em cobra. Não é nem parecido com o Brasil onde um desequilibrado mental rouba um pacote de bolachas e vai pra cadeia por dois anos pra servir de exemplo. No país dos filhos e filhas da puta se roubam milhões, bilhões, e ao final do exercício "roubatório" anual todos os filhos e as filhas daputa mais proeminentes na arte do roubo se reunem na academia para a distribuição do oscar do Filho da Puta do ano. É uma festa de arromba! No país dos filhos e filhas da puta impera o mau gosto e a breguice. A feiúra. A CHINELAGEM tem status de PATRIMÔNIO CULTURAL. Lá fala-se o filhadaputês, errado merrrrmmmooo! Que é chalme, tá ligado? é bonito ser um otário no país analfabeto dos filhos e filhas da puta!
Coincidentemente (coin em inglês=moeda) este será um ano eleitoral no país dos filhos e filhas da puta. Eu, tenho dupla cidadania, e, já decidi: no dia das eleições na terra da filhadaputice vou ficar por aqui mesmo e votar com responsabilidade. Será???

7 de mar. de 2010

STULTÍFERA NAVE

ramfit.com.br



Houve um tempo quando os doutores da lei, assim ditos e jurados e convencidos, eles prórpios de suas faculdades mentais sãs - isto é percebiam uma realidade mais real do que a percebida pelos demais homens comuns. Porque atinavam. Seu tirocínio superior beirava a deidade, tal como é hoje. Uma palavra atravessada a um desses quaisquer significaria prisão, degredo, tortura, morte. Pois houve um tempo quando tais sumidades, à guisa de fazerem cumprir a justiça mandavam por á ferros todo e qualquer ser humano que demonstrasse uma, digamos assim, discordância quanto a percepção dos parâmetros convencionados como pertencentes á realidade. Assim, os loucos eram postos á força em navios velhos, tomados contra hipotecas e letras não honradas de armadores espertos.

Equipados com essa gente bendita, cuja mente tem a faculdade especial de frequentar os dois mundos a que nós por vias de sonho percebemos vez ou outra, a "stultífera nave" singrava mares jamais dantes navegados. Certo que desses mares nenhum desses navios voltou. Não consta que alguma dessas naves tenha alguma vez aportado...
Tenho dois amigos que se interessam pela questão. Dênis Petuco e Diego Silva compuseram uma ótima canção tendo como pano de fundo o tema da loucura. O NOME DA CANÇÃO? Como sempre, lapsos. Certo não hei de lembrar agora - debitem, debitem. Minha conta por certo anda por rebentar as ameias mas, debitemmais esta. Por que falei em loucura? Por me lembrar de Geogirna. Georgina tinha lá seus 55 talvez mais quando eu a conheci. Minha mãe, certa tarde me levou pela mão à casa de dona Teófila (do grego=amiga de Deus), senhora muito bondosa. Gordacha, com ar de bonachona. Vivia sózinha com a filha Georgina num chalé raso ao chão, cuja cozinha de chão batido (cousa que sempre me atraiu) tinha aspecto deliciosamente sombrio, e o chão, vítreo, duro como pedra fosse, conquanto fosse terra preta socada á exaustão. Dona Teófila serviu bolo de fubá e café com leite. Eu adorava. Adorava qualquer coisa comestível, seja dita a verdade. Do alto dos meus cinco anos, embora alfabetizado, não era nenhum gourmet. Embora não tivesse a idéia redentora de Rubem Braga que com minha idade se tornara um provador das terras de seu lugar. Pois entre um e outro bocado de broa e biscoito de polvilho Georgina surgiu.Vi aquela figurinha franzina, magra, cabelo já agrisalhado cortado á garçonne, um vestidinho simples de chita. Georgina tinha pressa. Comia bocadinhos pequenos de broa e biscoitos, me olhava de soslaio, mostrava a linguinha fina. Ria baixinho escondendo o rosto entre as mãos pequenas... Terminou ligeiro o café da tarde. Me cutucou repetidas vezes nos rins e dizia: vamo brincá diabo! Dizia isso entre risos. Não demonstrava nenhuma agressividade... No terreiro da casa de dona Teófila, Georgina munida de um pequeno tubinho decolírio corria atrás de mim espirrando águaás gargalhadas. Eu adorava aquilo. Brincava com ela tardes inteiras como antes de mim fizera quando menina minha mãe.