BANGALAFUMENGAS & PLATIBANDAS OU:
PIMENTA NO CÚ ALHEIO É HIPOGLOS.
Sim,
sin salabin... Mal minha amada se despede eu volto meus olhos ao ofício algo
triste de escumilhar os escritos d’outros a busca de conhecimento. Sim, esbarro
n’algum vez por outra. Mas, a maior
parte não se dirige ao público cretino de todos os dias e todas as ruas e todas
as horas. Ao público servente. Não, o código em que está cifrado um suposto e
oco conhecimento é por si só invólucro e substância. Porque outro valor não
possui. Nem outro teor dispõe. Só retórica e vazio. As teorias se multiplicam.
Locupletam-se, se avolumam. Pautadas e esquematizadas em gráficos demo
psicológicos das massas. Ahhh, essas massas, semolina, pesto ou qualquer
espaguete com Giuliano Gema e seu indefectível ar bom moço. As teorias se
alastram como fogo deitado em palha seca. Sobe na perna do passante essa
centelha e queimando lhe os fundilhos instaura um desassossego, uma “cosca” na
zona centro baixa de seu excretor. Eis: Literatos que nunca contaram nada de
modo aprazível tergiversam. Coçam seus cavanhaques. Meditam neologismos
aplicáveis ao “rendez-vous” jargão da categoria dos meditabundos da teoria,
porque a teoria é o fulcro. Antes desse método investigativo a ciência não
caminhou um passo e a humanidade, a grosso, não produziu nada. Nada a não ser
talvez reduzir de uma passada em garranchos aramaicos essa cambada teórica ao
que realmente é: Pó. Pois sim senhoras, senhores e amiguinhos fãs do Vila
Sésamo. Um judeu esperto, ou se nem tanto judeu, um canaanita, ou se ainda nem
canaanita um acadiano, um moabita, um egípcio esperto qualquer escreveu e
assinou lá no antanho antes da história: “Tu és pó. E ao pó hás de voltar!
Assinado: Deus” Pronto. Voilá! Todas as teorias e discussões centradas na
retórica brumosa do pessoal fã do Liceu e da Academia. Toda a diacrítica
histórica resumida numa frase com firma reconhecida tabajara. Todo saber pós
qualquer coisa civilizada que não tenha sido um escrito de Lao Tsé ou de
Imothep, vizir e arquiteto do faraó Djozer se desfaz em pó diante da máxima
proto semita. Porém, ai porém, nenhum
filólogo estará satisfeito com uma explicação sintética. Pois, a máxima da
teoria é confundir. Quando poderia só explicar. De modo simples... se
permitiria mesmo, a usança dos dicionários a fim de poluir o tecido da língua
pegajosa de Camões. ...mas, hoje não, hoje não permito nada. Quero minha
princesa de volta e já. Vestida só com as luzes de Vésper. E tudo ao som de um
blues. Um velho, belo e digno blues. Que não teorize a porra da vida porquanto
ela já é chata e complicada.
“ O artigo tem
como objetivo apresentar uma reflexão teórico-metodológica acerca de uma imagem
do final do século XIX”.
...
Pérolas como essa são encontradas à granel no discurso padronizado impreciso e
vago do academismo. Uma dialética genérica, paraguaia, permeia essa produção
acadêmica que se debruça sobre o abismo do nonsense com ares blasé. Haja
paciência. Não bastava ao “totó” dizer que o objetivo do trabalho era analisar
e discorrer sobre uma imagem? Claro que não. Ele precisa cacetear. Precisa
encher a linguiça sem trema agora com um sem número de rebusques, muitos
desses, invencionices de jargão. Um ramerrão da academia dignos do código Da
Vinci, já que seus significados são pouco precisos. Como disse antes, são
vagos. E inacessíveis aos zé manés. Os idiotas para os quais isso não é
produzido. Pois toda a oferta de quer que seja ao zé mané é regulada por uma
política rígida da “dose”. Dosa-se conta gotas a distribuir uns bigós de
macaxeira mais umas doses de cachaça, e outras tantas doses de “soma” descrita
por Aldous Hexley no seu Admirável mundo novo. E se dosa o acesso ao
conhecimento regulando e limitando o domínio dos códigos que possibilitam o
decifrar da geringonça. Putaria geral.
Impressionante
é a ocupação desses agentes do “mequetrefismo” procurando sempre mais chifres
em cabeça de cavalo. Procurando unicórnios, por conseguinte. Que bosta... ao
depararem-se com a foro de um velho armazém eles tem a pachorra de indagarem “qual
seria a intenção da fotografia?” e, pasmem, afirmam que é possível depreender
da imagem o status de cada um dos que aparecem a partir da posição dentro do
quadro da foto. Putz grilla, como é possível tal afirmação? ...To fora.