É um lamento só. Lamúrias, queixas, dúvidas, dívidas... Haverá algo de bom? Há sim. O sol quando aparece. O amor sobrado dentro do velho peito. Como fôra Aracy (a mãe do dia) morando lá desde sempre. Lumiando os passos do menino. Amor vazando desses corgos arteriais pro chão onde se infiltra e irriga a vida doutros. Amor passarinheiro. Muita vez desperdiçado na sanha aflita e confusa de se obter vitória quando a calma suscita galgar maior conquista. Amor brejeiro, ingênuo, ardente. Recendendo a bergamotas açúcar (os árabes o chamavam sakkar: areia).
Cada povo se especializa conforme seu habitat. Esquimós têm diferentes nomes pra neve. Eu e Aldir Blanc por certo os temos pros pomares. Não copiei Aldir, dez anos atrás ao descrever a delícia madura da bergamotas e o sol de novembro enraizado nelas fazendo-as madurar. A delícia de, molecote, me enlambuzar encarapitado na copa da bergamoteira. Olhando o sol poente, longe, longe, imensa bola de fogo avermelhada tisnando tudo com o rubi de seus raios. Sumindo no horizonte lhano, lá pronde o Jacuí faz uma curva deixando pra trás a última vila da Cachoeira. Guardo esse amor e quero tê-lo quando o sono ou o desespero me procurarem.
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