Desisto. Entrego os pontos. Peço arrego. Confesso, tentei cultivar um sombreado, um esfumado um tom "noir" tipo os filmes policiais estadunidenses em preto e branco dos anos 40. Não dá mesmo. Sou "arlequinal" feito o padrinho Mário de Andrade. Brejeiro e pimpão que nem Zé Trindade, Oscarito e Grande Otelo. Sou fuzarqueiro & traquinas, um Maculelê fazedor de confusão... Desisto de parecer grave, sisudo, soberbo. Não sou nada disso. Gastei meu latim falando bobagens pra mim mesmo. Encucando, teimando, filosofando mixaria. Ah, sou feliz como criança, cuja única diferença para com o mundo adulto é não premeditar seus crimes. Arrego. Desisto de bancar o sabichão, o senhor empolado, tão certo a respeito de seus próprios vaticínios. Nada... Agora só peço a mim mesmo que tenha o bom senso de não negligenciar a alegria. Ela que é tão miúda e quis viver à sombra da tristeza alheia. Não. Não é assim que sou. Desisto de ser infeliz. Esse tom cinza definitivamente não combina com minha cara de pau.
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