29 de mar. de 2009
NARRAÇÃO MUSICAL
28 de mar. de 2009
ABANDONAI TODA ESPERANÇA

22 de mar. de 2009
MEUS DOIS POETAS ASSINALADOS


21 de mar. de 2009
A BIGORRILHA & A PANTALHA

15 de mar. de 2009
INSIGNIFICÂNCIA DOCUMENTAL

11 de mar. de 2009
TUDO A VER... A EDUCAÇÃO E NÓS, OTÁRIOS PLANTONISTAS

Envergonhado por ter de recorrer a um país estrangeiro para baixar obras de autores brasileiros e portugueses que deveriam estar disponíveis conforme reza a lei, tive de me conformar. Afinal precisava dos livros. Enquanto, certamente, aqui no Brasil alguém está levando uma boa grana com tudo isso.
4 de mar. de 2009
QUEM DÁ MAIS?
O Rio de Janeiro continua lindo. Verso de Gilberto Gil na canção Aquele Abraço, felizmente ainda se confirma a opinião do baiano ex ministro da cultura, pela qual, pouco, nada fez. O Rio de Janeiro continua lindo.
O Rio de Janeiro decantado paraíso do tráfico: Com estardalhaço e efeitos cinematográficos as câmeras da mídia nacional e internacional acompanham unidades da polícia no confronto contra traficantes. Estouram-se bocas de fumo. Intensa fuzilaria. Troca de tiros. Balas perdidas, achadas por cabeças civis "raspando catulê" à força. Bolando pro santo pra nunca mais... A miséria se confronta com a remediada farda á beira da miséria para trocarem projetéis de variado calibre. A pequena praça de guerra morro acima transforma em caos a vida da comunidade. Essa comunidade acostumada viver à margem.Uma vida dedicada á pirataria. Fazendo "gatos" em redes de água, telefonia, tv a cabo, internet e energia elétrica - e tem mais de fazer mesmo...
Porém, nessa arena cotidiana onde defrontam-se meliantes & paladinos da justiça somente uns poucos saem vencedores. São os arquitetos dessa balbúrdia desorganizada. Os colarinhos brancos os quais, neste país, chamam-se de "doutores", mesmo não havendo os gajos passado perto de uma faculdade de medicina (bobagem, qualquer um pode se doutorar em muitas especialidades).
Figurões da política que desviam grana pública fazem maior dano à sociedade do que os "pontas de estoque" das bocas de fumo. Tem prerrogativas e imunidades parlamentares, alimentares & corpo fechado nas macumbeiras classe "AA". Não vão pra cadeia mesmo comprovadas suas fraudes, falcatruas e bandalheiras em geral. São os profissionais do ganho nas casas parlamentares federais, estaduais, municipais. Nada os pode parar.Usam de slogans oficiosos do tipo: Rouba mas faz!
E essa ciranda (infelizmente não pertencente à querida Lia de Itamaracá) continua sua gira neste país de faz de contas. Quem se importa? O país está há venda, pessoas estão à venda, a dignidade se compra relativamente barato. Quem dá mais?
2 de mar. de 2009
NADA DE NOVO SOB O SOL

A vanguarda desapareceu do cenário da música pop nacional mais afastada das raízes do samba e da bossa nova. Mutantes, Casa das Máquinas, O terço, Almôndegas e Zé Rodrix- com toda ótima qualidade que possuem, infelizmentne continuarão a ser "velhas novidades" para as gerações que vierem lhes dar ouvidos. Todavia em matéria de um som pop bem tirado ninguém conseguiu sequer uma beira, ou seja, ninguém se aproximou - não ousou, chegar perto da sonoridade de um Tim Maia, de Jorge Benjor, de Jards Macalé, Itamar Assumpção, Arrigo Barnabé, Luiz Melodia e Karnac.
[...] Numa cena musical revisitada periodicamente por insossas letras & melodias paupérrimas, em sentido literal: desonestas! Havendo a tão desejada originalidade fraudada pelo uso abusivo de padrões melódicos, harmônicos e rítmicos explorados à exaustão. Tendo, esses padrões, caído no domínio público pela impossibilidade de identificar-se com precisão a autoria. Há trinta anos ou mais, sofremos ataques da repetição desmesurada. A produção em série de músicas ruins e ao gosto de uma alcatéia faminta por carniça, sem prestar muita atenção na sonoridade, letra, condução, afinação... O negócio - parodiando meu ídolo Zé Trindade, é rosetar.
Entretanto, "entretantos" cagalhões sonoros despejados diuturnamente nos emissários "merdalhosos" dos ouvidos preparados ou não vez ou outra oxigenamos o sangue venoso com alguma réstia de Belchior, Zé Ramalho e aquelas antigas do Vitor Ramil e do Nei Lisboa; as que não são chatas. Porque no teatro de devastção; no cenário de terra arrasada do pop canção brasileiro com "échio" ouve-se muito raramente vozes como as de Ednardo, Elomar, Vital Farias. Vozes que dificilmente tornarão nos deleitar. O motivo? Efeito colateral da cultura de massa; Sumiço do que é bom. Rompimento da frágil linha divisória entre educação e padronização - formação de autômatos, repetidores, copiadores, clonadores de idéias alheias pela incapacidade crítica de obterem por si mesmos opinião original.
O banimento da formação de cidadãos com consciência crítica pode ser bem vantajoso para os mandatários do poder oficial. Afinal, povo descontente vota diferente. Vejam só. Consciência Crítica, uma qualidade valorizada, encejada, perseguida eu diria, por aqueles antigos mestres estudiosos da filosofia na Grécia dos pré socráticos, na China Confucionista, e demais nações onde a razão nunca era confundida com razia.
Por falar em razia, foram os belicosos romanos os reponsáveis por chegarem até nós fragmentos desses conhecimentos. A burguesia romana, acusada de fútil e vaidosa - opulenta classe de gente frequentadora de bacanais e termas, tinha lá seu lado letrado.
Chegou a nossos dias o relato do escritor, orador, jurista, político administrador da Bitínia, Caio Plínio Cecílio Segundo, ou simplesmente Plínio, o moço. De acordo com ele, os ricos romanos afeitos à leitura chegavam dispender fortunas na construção e embelezamento de seu próprio "auditorium". Burgueses patrocinadores das letras, acalentavam por sua vez o sonho de se tornarem escritores afamados. Para isso promoviam encontros de leitura em suas residências. As leituras de peças e livros ali podiam se estender por dias, e, esperava-se de uma platéia educada, além da permanência até o fim da leitura, reações e intervençõs apropriadas ao passar do texto como: gargalhadas e chistes para partes engraçadas . Comoção quando o texto se deparava com drama. Apupos, palmas de encorajamento, exclamações; ovação consagradora. Tudo durante o transcorrer da leitura.O silêncio era considerado sinal de desaprovação, quando não desrespeito ao autor leitor ali presente. Dorminhocos eram julgados grosseiros.
Mas, que raios a veleidade e os costumes da aristocracia pretensiosa da Roma antiga tem a ver com a degeneração da música pop ocidental?
Tudo. Sem o hábito da leitura não há fonte de argumento, ou mesmo vocabulário razoável. Artistas do cenário pop mundial como Bjork tornam-se excessões. A massificação cultural substituiu a leitura pela diversão televisiva computador e video games. Todos os estudiosos rançosos ou não, mais ou menos previam a decadência da arte em geral através da inovação boçal ofertada pelas novas mídias. Ninguém se ocupou de minimizar o problema. A epidemia foi deflagrada. E deste caminho não há volta.
1 de mar. de 2009
COMÉDIA EM TEMPOS DE ESTIO

Jerry Lewis era um cara engraçado. Comediante clássico na linha do pastelão, durante os anos cinquenta fez dupla com o cantor Dean Martin. A dupla se desfez em 1956 e Jerry Lewis seguiu carreira solo.
Sem dúvida a inspiração de Jery Lewis eram os comediantes do tempo do cinema mudo: Buster Keaton com sua fórmula universalmente copiada: as "gags". Técnica antiquíssima para fazer rir (remetendo aos bobos das cortes medievais e às troupes de saltimbancos) baseada em saltos, quedas, tropeços etc.
Também Charles Chaplin, na mesma linha (e dizem imitador de Buster Keaton) influenciou o tipo atrapalhado e simplório composto pelo ótimo Jerry Lewis. Além desses, Oliver Hardy e Stanley Laurel - a dupla o Gordo e o Magro; os impagáveis reis do pastelão, os três patetas: Moe, Shemp e Larry. Todos filhos diretos do popular "vaudeville", em voga até os anos trinta aproximadamente, e, o próprio "vaudeville" (teatro de variedades pai da comédia moderna); foram elementos essenciais na composição artística e maneira de atuar do comediante Jerry Lewis.
O rapaz ingênuo, tímido, desastrado e de bom coração inventado por Lewis fez escola no gênero da comédia. Atores como o inglês Doodley Moore (além de ator bom pianista de jazz) em filmes como Arthur, O milionário sedutor, ao lado de Liza Minelli, interpretaram um tipo muito semelhante ao humilde, tímido e atabalhoado personagem Jerome em O rei do circo de 1954.
Tenho saudades daqueles tantos filmes de Lewis interpretando tipos engraçados, introvertidos, trapalhões, mas sempre bem intencionados.
Atualmente talvez somente Adam Sandler e Rowan Atkinson, o popularíssimo Mr. Bean, tenham o poder de me fazer sorrir. Eu disse sorrir, não dar gargalhadas.
Por outro lado, comediantes como Jim Carrey me desanimam. O próprio Jim Carrey é um ator muito fraco, quase sempre interpretando personagens "polichinelos", dependendo exclusivamente da "gag", da estrepulia; dos trejeitos bizarros e escatologias para levar adiante a piada. Rowan Atkinson, ou melhor, seu alter ego Mr. Bean, também faz uso dos gestos em detrimento das palavras. Porém, seu tipo neurastênico, teimoso, ranzinza e mau caráter em um nível infantil, é absolutamente encantador. Não há tempo ruim para Mr. Bean, ele encara todas com sua tremenda vocação para a engenhosidade numa escala próxima ao bizarro. Por exemplo: Quando Mr. Bean decidiu pintar o pequeno apartamento de dois cômodos achou uma solução rápida para levar a cabo a empreitada: Pôs dois ou três fogos de artifício dentro de uma lata de tinta branca e acendeu o pavio. Resultado? Uma pintura perfeita, não fosse a silhueta impressa na parede de alguém que entrou por engano no seu apartamento justo no momento da explosão. O excêntrico (para dizer o mínimo) Mr. Bean com seu inseparável, encardido e feio ursinho de pelúcia Teddy, se comporta às vezes com extrema mesquinharia. Todavia, igual uma criança, a crueldade demonstrada pelo cândido Mr. Bean nunca tange a perversidade. Se parece mais com uma peça, como os chistes e pequenos embustes pregados pelos querubins.