Não me venham com proposições grandiloquentes... Não me falem sobre as maravilhas primeiro mundistas: sobre as belezas claras de cidades limpas e cheirosas - sem favelas. Sobre as delícias paradisíacas e seguras de lugares assépticos. Não me falem dessas besteiras anacrônicas. Me falem se são felizes esses homens e mulheres trôpegos que saem sós das casas noturnas, ou que, se acompanham dos serviços de profissionais do amor. Me digam se enganam suas vidas frias e feias consumindo e consumindo bugigangas reluzentes. Me digam se eles e elas sentem as tripas revolverem-se ao olhar os olhos fundos e misteriosos de quem lhes fita com promessas de paixão. Me digam se são amados.
Não me falem de palácios suntuosos. Não me falem das maravilhas arquitetônicas espalhadas pelas cidades de um mundo caduco, ora bobo e incivilizado. Por culpa da senóide histórica em constante movimento. Pois lhes digo ao amor pode faltar tudo. E ainda assim teimará existir. Não me falem de nada os que secaram por dentro. Não me tornem os olhos aqueles que se amarguraram. Porque não comungo consigo as idéias de sofrimento. Sofrer, para o amante é um exercício filosófico. E torna o tolo em sabedor das coisas que contam nesse mundo cão.
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