Foto de George Orwell tirada em 1933 para a confecção de seu crachá de jornalista.
Quando o jornalista e escritor britânico George Orwell realizou sua obra 1984 certamente não vislumbrara em que se tornaria o mundo algumas décadas depois da data que intitulou seu livro. Não adivinhava a sucessão de acontecimentos que levariam a sociedade a buscar todos os meios tecnológicos à disposição a fim de manter vigilância permanente sobre os cidadãos. Não concebeu a verdadeira paranoia que se abateria sobre o mundo na virada do século XXI em tempos de Sadan Hussein, Osama Bin Laden, Alcaida, Talibãs & as contínuas rusgas no oriente médio... Contudo aí está essa série de fatos. Revoltas na Líbia, no Egito, na Síria. Os EUA tentando ainda depor Hugo Chávez. Que de forma surpreendente tem beneficiado ao povo da Venezuela... Quando George Orwell escreveu 1984 não cogitou que seu livro fosse termo de comparação com um programa ao vivo - sem pé nem cabeça - que se dispõe a mostrar a convivência de pessoas trancafiadas dentro de uma casa. Mas George Orwell não escreveu apenas 1984. O britânico Eric Arthur Blair (seu pseudônimo era George Orwell), nascido em Motihari, na Índia colonial britânica em 1903 e falecido em Londres em 1950 - precocemente vítima da tuberculose, escreveu ao todo seis romances.
Autor com forte inclinação ideológica socialista, a maioria dos livros de George Orwell marcaram pela criatividade e quase
"profetização" de um futuro próximo... 1984 é um grande e atualíssimo
tema de discussão. Porém, há um outro livro desse escritor que me chamou muito
a atenção, se trata de A REVOLUÇÃO DOS BICHOS. No livro Orwell traça uma
analogia (utilizando-se de realismo fantástico) em que os animais de uma
fazenda liderados por três porcos tomam o poder. Todavia, o poder acaba por
corrompê-los e suas intenções inicialmente socialistas e libertárias se
transformam em despotismo, tirania e violência. De um modo geral o que se
assiste na cultura popular mundial neste momento da história - em minha
opinião, representa a curva negativa da dinâmica histórica em termos de
criatividade e avanço (progresso) artístico e intelectual. O abastardamento do
ensino. A péssima qualidade da produção cultural nas artes. Tudo sinaliza uma
espécie de maré do lixo, um tsunami, que varre do mapa as conquistas da
revolução cultural iniciada nos tempos do flower & power nos anos 60. A
triste realidade brasileira denota ainda as mazelas de um sistema sócio
político feudal. Clientelista e aristocrático. No qual um punhado detém em suas
mãos o poder de oferta e de escolha sobre o que o povo deve ver, ouvir, ler. De
como deve se comportar e o que deve consumir... É triste. Deprimente. Feio.
Acima de tudo é pavoroso. Assistir via tv as produções paupérrimas de
dramaturgia que não faz jus aos saudosos Dias Gomes, Janete Clair, Oduvaldo
Vianna Filho, Nelson Rodrigues... Ouvir os desastrosos músicos sertanojos &
pseudo forrozeiros abarcando espaços que pertenceram a Pena Branca e
Xavantinho, Renato Teixeira, Almir Sater, Tom Jobim, Vinícius, Cartola, Elis,
Gonzagão, Clara Nunes, Clementina e uma plêiade de excelentes criadores da arte
popular. A verdadeira arte brasileira. Mas, que cada um escolha o seu caminho.
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