[...] a estória assemelha-se ao
labirinto sob o palácio minoico. Cabe ao narrador percorre-lo. Mas, palavras
nem sempre são garantia de retorno seguro ou sucesso na empreitada. As palavras
são diáfanas. Desmancham-se no ar sem deixar pista. Não são como o fio de
Ariadne.
Resta, entretanto, escolher a
personagem que melhor possa representar o narrador. Será Teseu ou Minotauro?
Quiçá nenhum dos dois, quem sabe? Seja o narrador também uma de tantas vítimas
do labirinto onde meteu-se à busca de fama e galardão.
[...] todos os meus fantasmas
tomam de empréstimo minha voz...
A entropia é um princípio, uma
lei descoberta por alguém sem nada pra fazer nesse determinado dia. Se ela é
real, não importa. Talvez seja mais uma invenção inútil & filosófica do
intelecto para expressar uma falsa ideia de entendimento sobre coisas fugidias à compreensão humana. Fenômenos causadores de perplexidade. Se os elétrons
bailam em derredor do núcleo atômico a distancia razoável. Que matéria ou
substância pode ser considerada sólida?
Todas as coisas, criaturas,
pensamentos, se compõem de vácuo. Por isso são instáveis, voláteis, efêmeras,
etéreas. Todas as coisas viventes ou não: as estrelas, os mundos, as nebulosas,
os quasares, as flores, as gotas de chuva e as sensações. Talvez, só mesmo a
metafísica possa querer explicar o amor. Seu movimento cíclico; onda, ora
rebentando furiosa nos rochedos das encostas, ora morrendo mansa n’areia.
Lambendo os pés de quem caminha na beira dessa praia.
[...] todos os meus fantasmas tomam
de empréstimo minha compaixão...
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