Casa d'Aldeia é a casa original, a mais antiga habitação de minha cidade natal Cachoeira do Sul. Habitação, que, igual a cidade, apesar de tantos golpes de vento e borrascas sazonais teima em manter ao menos duas paredes de pé. Casa d'Aldeia é a minha casa. Seja bem vindo a ela!
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2 de jan. de 2009

Efusividade descomprometida

Se o general Charles De Gaulle pronunciou ou não a famosa frase: "O Brasil não é um país sério!" Ninguém sabe ao certo. Ele morreu jurando que não o disse. O incidente ocorreu durante uma crise entre o Brasil e a França nos anos sessenta por causa da invasão de águas territoriais brasileiras por barcos pesqueiros franceses.
Mas isso não importa. Acho mesmo que a frase contendo malícia e alguma verdade foi obra de um gaiato nacional. E colou.
Enfim, retomo a frase famosa para tipificar a "praxis irritante" dos telejornais quanto à abordagem do prosaico em detrimento ao fundamental.
Não é pouco o espaço de mídia desperdiçado com idiotices & bobagens tais como festas, e preparativos das festas, e decoração das festas de natal, páscoa, fim do ano, etc. Tudo levado ao exagero, fazendo crer que haja uma espécie de complô televisivo. Uma conspiração arquitetada em prol da burrice popular.
Também ponho sob pecha de suspeito o sorriso padronizado das apresentadoras de telejornais. A atitude ridente, vicejante, perpassa qualquer notícia. Ainda que por um momento o sorriso seja ocluso devido ao assunto mais ou menos trágico de uma matéria, ele reaparece tão logo seja noticiado o conteúdo grave e funesto. Trata-se da pantomima teatral a serviço(?) do ridículo.
A grande maioria das matérias jornalísticas, insisto, apresenta abordagem beirando o cretinismo. Linguagem apropriada para os teletubies. Personagens infantis desenvolvidos para promover instrução a portadores de deficiência mental.
Os tópicos da "alegria" jornalística continuam sendo as efemérides: Natal, Ano Novo, Pácoa, Festas Juninas e Carnaval. Nessas ocasiões os telejornais brazucas disparam petardos na forma de notícias fúteis, aborrecidas. Um sem número de besteiras são o acompanhamento perfeito para tais banalidades: Conselhos de nutricionistas borra-botas repetindo "ad infinitum" o mesmo ramerrão. Donos de buffets, restaurantes e comilões em geral falando e dando sugestões depratos e decorações - isso acontecer num país de analfabetos funcionais e milhões de pobres esfaimados é um desaforo!