Fonte: sacchiapadovano.wordpress.com
...Sexta-feira 14h55m o pomposo apresentador falando em nome do comitê olímpico internacional anuncia via satélite a decisão do comitê: O Rio de Janeiro sediará as olimpíadas de 2016. Regozijo nacional. A comitiva encabeçada por Lula, Sérgio Cabral, Pelé e Artur Nuzmann é pródiga em abraços, beijos, lágrimas de alegria. No Rio de Janeiro a população reunida nas areias de Copacabana explode em manifestações de alegria. O mesmo em Salvador no pelourinho. O grupo afro Olodum convocado a animar o pessoal na base do batuque falsificado (como de costume) puxa a comemoração...
Enquanto isso, no congresso nacional políticos e lobistas de plantão, ouvidos colados no rádio (via headphones) ou olhinhos arregalados frente às telas de computadores e tvs entram em êxtase cujo único momento similar de epifania é-nos noticiado a partir dos orgasmos religiosos de santa Tereza d'Ávila e se não for essa santa que se foda outra, afinal sou comunista e não pelego de papa hóstias. Seguindo... Os empreiteiros e políticos e políticos empreiteiros (categorias que se misturam e se embolam muita vez) regozijam ao som de várias vinhetas emitidas pela globo: Brasil sil sil sil sil sil... Interminável.
Será uma farra, não tenho dúvidas. Na propaganda institucional veiculada em vídeo no local de reunião do comitê olímpico a cidade do Rio de Janeiro omitiu a abundância dos glúteos que povoam as praias, mas também esqueceu das favelas. As câmeras simplismente ignoraram os trapiches dependurados em praticamente todos os morros que cercam a "cidade maravilhosa".
Afinal olimpíada não é coisa pra pobre, aliás, corrigindo: Pobre só entra como faxineiro, e olhe lá. Mas, o que mais me preocupa são as obras, as obras serão inflacionadas, superfaturadas, atrasadas. Haverá aproveitamento integral do momento político ocasionado pela olimpíada, o Brasil ao fim dos jogos se verá classificado no costumeiro 40º lugar com muito custo. Nenhuma obra necessária para a cidade babilônia do Rio de Janeiro como hospitais que funcionem e não mandem pacientes prestes a parir para outras instituições. Obras como o melhoramento das vias públicas. A construção de casas populares. Investimentos em redes de esgoto, educação de qualidade, transporte digno e segurança. Nada disso será cumprido, entretanto se ouvirão promessas eloquentes. Mas afinal pra quê tudo isso se teremos uma olimpíada? Afinal, caras como eu não passam de comunistazinhos pessimistas. E viva o carnaval!
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