...os dias são morrudos e graves agora cá, e toda gente se agasalha. Agasalha-se. Que adianta. Vem sopesar o desespero para as famílias que marchavam felizes numa certeza ilusória de que não há fim. Porém, o fim é tudo quanto há neste mundo vago e impermanente. Onde cada um sonha em separado um destino nem sempre bonito ou venturoso mas, seu. Próprio e consagrado ao ego esse deus menor que habita o homem no saber do homem, no querer da vida humana... os dias são morrudos e plúmbeos, há ventos frios e tentamos nos confortar, porém os mortos teimam em brotar da vida tenra, e os pais se desesperam. Sobreviver ao filho eles não desejam. Acontece. Sempre acontece. E por eles me compadeço. Por meus vizinhos. Por sua filha morta. Pela irmã mais velha perdida pela caçula, pelo sofrimento do vúvo e dos filhos... são dias morrudos que acontecem nem bem finda o verão...
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