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"Das alucinações, foi ter Quixote/dom para as maiores escabruras/ai de mim, fiel igual Sancho/ai de mim, descrente que nem o burrico/a enxergar com clareza/todos os arranha céus que assolam este mundo..." Escrevi estes versos há muito tempo. Pois, hoje duvido continue eu a enxergar claramente as coisas desse mundo. Minha vista se fez baça, meu juízo vão. Minha consciência, experimentando a lei inefável da entropia tornou-se obtusa. Sombreada pelo tempo. O tempo a revolver a entranha dos viventes. Pois se antes eu era certo de todas as figuras, se distinguia claramente o imaginário e o real, hoje capitulo à mente quixotesca. O devaneio do alquebrado cavaleiro andante tocou minha fronte com gentileza, fiz-me louco. Tal e qual Dom Quixote. E, as ilusões antes refutadas pelo escrutínio panço da mente simplória de Sancho tomaram de assalto meus olhos e meu coração. Eia! Enfim, lúcido. Eia, enfim desperto! Um mago, um demiurgo, um homem pássaro habitante de Theotihuacan ! Um verme luminescente, uma flor! Posso ser qualquer coisa. Qualquer ser miúdo e rastejante! Louco! Liberto. Ubíquo, experimentando simultaneamente o desempenho de dois papéis na farsa mundana: o devaneio de Quixote, airoso e nobre defensor da causa humana, e, o resto de turra afeição ao ponderável ao qual insiste se aferrar o pobre Sancho Pança.
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