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O livro aberto do silêncio nada é senão páginas em branco diante dos olhos de um cego. Não é mais nada a não ser a ventana aberta por onde entra o sol sem licença, sem perguntar nada. Tal como vem, vai-se embora. O livro do silêncio deixa á mostra essa gengiva albina da folha feita branca pela ação do cloro... Não sei quando voltarei a borrar meu livro com debuchos e garatujas feias. Não sei quando voltarei a colori-lo ou se terei motivos para tanto. Meu livro aberto do silêncio, posto assim sob a mesa da cozinha onde outrora havia barulhos de gente pela casa. Hoje minha casa e meu livro estão silenciosos. Não estranho porém, um tal silêncio. Pois de fora há o balbuciar do vento ciciando as folhas das bergamoteiras, do araçá recolhido e seu outono e do gabijú sempre frondoso a esperar eternamente uma nova primavera.
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