Não se preocupem. Não se ocupem demasiadamente. Todas as coisas, seres, idéias, vontades & medos fenecerão sós. Desvanecerão; dissolvidos no atávico esquecimento aonde idéias, memórias, sonhos e conjecturas dormitam a espera d'algum gênio para sonha-las e gritar "eureka!" Tão contento, tão senhor de si, cheio de orgulho no garbo de se achar inteligentíssimo...
Não se ocupem de nada. De chorar muito menos. De padecer por conta das birras acometendo-lhes. Das contrariedades lhes impelindo à turra. Não se preocupem. Consumatum est!
Estou cansado. Criado entre feras, molambos & mendigos quase desisti de pensar além da sordidez dessa idéia sugerida pelo ambiente. Estou cansado. Nascido em uma sociedade nauseabunda, envilecida, mau caráter e torpe no mais amplo sentido, cansei-me em querer ser melhor. Fazer de mim homem melhor. Trajar-me de certa candura contra o limo podre a recobrir cada pensamento, da intenção maliciosa por detrás de cada gesto. Da mentira e da trapaça, eu me cansei. Mas, todavia, não se preocupem não lhes farei mal. Já penso desnecessário tresmalhar-lhes o couro pra obrigar seguir direção mais reta. Não devo obrigar-lhes nada. O pasto amargo de seu rúmem lhes é manjar mais doce. Farei minhas as palavras de Zaratustra: "Eu sou Zaratustra o sem deus, quem dentre vós é mais sem deus do que eu, para que eu possa me regozijar com o que tendes a ensinar!"
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