Casa d'Aldeia é a casa original, a mais antiga habitação de minha cidade natal Cachoeira do Sul. Habitação, que, igual a cidade, apesar de tantos golpes de vento e borrascas sazonais teima em manter ao menos duas paredes de pé. Casa d'Aldeia é a minha casa. Seja bem vindo a ela!
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5 de mai. de 2009

SOBERBA VAIDADE

Imagem: images.google.com.br
Mestre Luíz Augusto Fischer, em texto publicado na recente coletânea "O Melhor da Festa" ( livro organizado por Fernando Ramos, pertinente à primeira Festipoa Literária realizada em Porto Alegre; março de 2008) afirmou que a crítica literária brasileira, noviça, imberbe (isso é grifo meu) carece de certo distanciamento por parte daqueles que se dedicam a ela. Raras são as exceções. Concordo. Isenção, seja por qual motivo for, não é uma qualidade própria do povo, principalmente o riograndense. Ou se é Ximango ou Maragato. Não há muito espaço para uma terceira convicção. Somos assim na origem. Quê fazer? Mas, voltando ao tema, mestre Fischer aborda com toda propriedade os escaninhos e desvãos por onde escoa nosso intento rumo a uma literatura (emergente) mais consistente. Alude a quantidade sobeja de publicações de toda ordem (sem o crivo austero da qualidade), coisa essa que, naturalmente, em países mais letrados, com hábito da leitura desenvolvido e sedimentado entre seus concidadãos, a literatura regularia pelo exercício senão da crítica profissional (sem querelas nem gosto pessoal envolvidos), mas pelo simples aplicar do senso crítico do leitor. Adorei o texto. Esclarecedor e ilustrativo. Assim como apreciei muitíssimo o livro, iniciativa de Fernando editor do Jornal cultural VAIA...
Contudo gostaria de, ao fazer coro com mestre Fischer, acrescentar à fórmula proposta por ele um único ingrediente, que, embora não dispensado pelo mestre - tendo-o feito constar elegantemente na subliminariedade do texto, não está posto lá de forma acintosa: A vaidade. Caríssimos; meia dúzia de amigos, confrades & vizinhos leitores de minhas garatujas. A vaidade é uma daquelas fodas que empatam, e como diz minha amiga (não posso revelar seu nome) "A gente perde tempo se produzindo. Divide a conta, e na hora do vamos ver ninguem goza!" A vaidade trunca o bom desenrolar do jogo. Senão vejamos. Certa vez conversando com meu amigo, execelente escritor, editor da verbo21, Lima Trindade, tocamos no assunto vaidade. Chegamos à conclusão que é natural todo criador, músico, escultor, escritor, etc., nutrir orgulho por suas obras. O grande problema é quando isso lhe sobe à cabeça. E, torna-se um problema ainda pior quando ele, ou ela, no intuito de obter qualquer favorecimento resolve puxar o saco do autor da obra a qual foi incumbido de resenhar. Nesse caso, torna-se a emenda pior que o soneto. Melhor seria se ele, por desafeto lhe deitasse a verrina, metesse o pau, quebrasse a louça. Mas não é o que acontece geralmente. A vaidade é uma droga destilada da soberba, do pedantismo e dessa educação deformadora do cidadão em detrimento ao humanismo e ao iluminismo de que nos fala Luíz Augusto Fischer.

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