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O tempo não tem a mínima pressa. Nós homens sofremos dessa "sociopatia". Buscamos hoje o amanhã. Invariavelmente quando o amanhã se avizinha, nós o adivinhamos um quadro feio. Desolador. Foi assim comigo quando vi abaterem uma a uma as árvores do pomar vizinho a minha casa. Uma a uma foram derrubadas em favor de um progresso inexplicável. Bergamoteiras. Abacateiros. Laranjeiras. Pereiras. Goiabeiras. Em lugar do pomar prédios comerciais. Gente barulhenta. Antes só havia o farfalhar das folhas avisando o vendaval precedendo chuva grossa e fria. Antes eu me encarapitava no galho mais alto da goiabeira em cujo tronco velho os "Mirins" haviam feito uma colméia - mel azedinho, de cheiro bom. Diferente do mel produzido pela "apis melifera", a abelha comum, o mel da Jatahí não enjoa, é suave ao paladar. E lá no alto da copa travava relações cordiais com bem te vis e sabiás chegados às frutas. Daquele posto eu observava o ir e vir das gentes no longe longe da vila enquanto o sol se punha num brasil atávico. Morrente chama como disse o poeta Mário de Andrade. No cimo da goiabeira eu podia antever meu futuro e a delícia em namorar as fadas... Mas, o tempo não tem a mínima pressa!
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