Casa d'Aldeia é a casa original, a mais antiga habitação de minha cidade natal Cachoeira do Sul. Habitação, que, igual a cidade, apesar de tantos golpes de vento e borrascas sazonais teima em manter ao menos duas paredes de pé. Casa d'Aldeia é a minha casa. Seja bem vindo a ela!
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21 de ago. de 2010

DEUS SALVE OS FILHOS DA PUTA!

É impresionante, dia após dia descubro mais e mais coincidências entre a República Filha da Puta e o Brasil sil sil sil sil... Tanto os filhadaputenses quanto nós, estão alvoroçados com a próximidade do pleito. Tanto lá quanto aqui há candidatos com cinco, dez, quinze processos movidos contra si por corrupção e formação de quadrilha, que não estão nem aí. Aqui a exemplo da República Filha da Puta bandidos do colarinho branco, políticos ladrões, quadrilheiros que desviam recursos do erário público são intocáveis. Ninguém pode mantê-los na prisão, ninguém se atreve a lhes eliminar simplesmente através do ordálio simples do fogo  ou da gravata colorada. Por quê? É um mistério. Um terível mistério guardado há séculos por aqueles que melhor conhecem os meandros e escaninhos por onde tramita a sujeirada no país dos filhadaputenses.
Tanto os cidadãos filhadaputenses quanto os cidadãos brasileiros estão indefesos à mercê desses abutres que nos descarnam os ossos. Que tiram da boca dos pobres o pão escasso. Que negam à raia miúda o direito mínimo às coisas mais básicas da vida em sociedade porque consomem os recursos, porque transformam em propina as verbas públicas. Porque superfaturam obras e fazem esquemas mirabolantes a fim de amealhar mais e mais dinheiro em nome de uma esperteza asquerosa. E fazem isso porque sabem que ninguém pode pará-los. Nada temem. Nada. Seria preciso ressuscitar Luís Carlos Prestes, dar-lhe 500.000 cavaleiros bem armados. Reconvocar Lamarca e Marighella. Reunir um contingente formidável para expurgar à custa de ferro e fogo a camarilha sanguessuga que torna este lugar um dos mais injustos sobre a face da terra.

18 de ago. de 2010

VÍSCERA 19

Estou farto de out-side!




Cláudio Portella
Excerto de seu livro: As Víseras
Fortaleza: Expressão Gráfica Editora/2010.

Natural de Fortaleza, o poeta e escritor Cláudio Portella é autor dos livros de poesia Bingo/2003; Crack/2009 e fodaleza.com/2009.  Antologista de: Melhores Poemas de Patativa do Assaré/2006. Colaborador e conselheiro editorial do projeto BABEL poética. Revista de poesia, tradução e crítica para o Programa Cultura e Pensamento do Ministério da Cultura gestão 2009/2010.

13 de ago. de 2010

QUARTO DE COSTURA

Com este poema eu inauguro uma série de postagens de poesia neste blog. A exemplo do que era na época da ditadura militar, a censura prévia proíbe que se fale e comente sobre os "sujismundos", a corja que se infiltrou na política brasileira nos antanhos do Vice-Reino. Sendo assim...

                
                                                   QUARTO DE COSTURA

Velhas tias solteironas vão à missa,
e aguardam notícias de sobrinhos doentes.
Velhas tias solteironas
passaram a mocidade na janela
enquanto o tempo lhes impunha manias.
Velhas tias cerziram colchas de retalhos,
cuja trama, imaginação alguma foi capaz de cogitar.
Velhas tias solteironas economizaram
o meigo sol da primavera
para os dias mais frios do inverno
quando a artrite faz doer as suas juntas...
Velhas tias quituteiras
cozinham e trocam receitas,
cochicham, riem baixinho
plantam flores, criam gatos, fazem geléia e pão de ló.
Bebem licor em cálices coloridos,
pisam manso pela casa sem fazer barulho.
Porém, as ouço murmurando na noite alta,
vejo luz sob minha porta
as escuto balbuciando sortilégios.
As velhas tias são pálidas
feito o mármore das lápides
onde ecoam suas estórias
para me amedrontar,
ou só me fazer dormir.

1 de ago. de 2010

SAFADEZA ESCATOLÓGICA

Imagem: marcelomoutinho.com.br

Não tem choro nem vela, a safadeza continua. As instituições nacionais de ensino: Institutos Culturais, bibliotecas, órgãos e organismos & Universidades brasileiras preservam muito bem seus acervos. Digitalizam sim somente as "capas" de livros e repassam ao google books e outros sites. Mas, não se tem acesso a nada. Nenhuma página. E olha que estou falando de livros escritos em 1908, 1920, 1930. Todos sem exceção e por força de lei incursos na categoria "domínio público". Acontece que os autores e os temas abordados são consideravelmente interessantes e de muita valia para a pesquisa nos campos da etnografia, musicologia, antropologia, folclore, etc.  E por se tratarem de obras raras muito requisitadas á pesquisa alguns sem vergonhas, ou muitos sem vergonhas (infelizmente em se tratando de Brasil acredito serem muitíssimos) em provável conchavo com sebos e distribuidores de livros raros anunciam livros e autores sem disponibilizarem seu conteúdo. Anunciam-nos para vender. Todavia, a esperteza desses pichelingues literários esbarra na sacrossanta prodigalidade e mecenato de verdadeiras instituições dedicadas ao saber. Que não fazem reserva de conhecimento nem o mercanciam como se fosse aniagem com que se enfarda a vida cotidiana. Para nossa sorte, basta um pouco de paciência que virão em nosso socorro a Harvard University, a Universidade de Coimbra, Oxford, Cambridge, a UCLA e tantas mais fontes liberais do conhecimento humano. Elas possuem os tais livros raros escritos por nossos compatriotas. Elas os digitalizam e nos enviam sem custo. Assim podemos troçar dos "malandros" que não fazem por essas bandas cumprir a lei.