Casa d'Aldeia é a casa original, a mais antiga habitação de minha cidade natal Cachoeira do Sul. Habitação, que, igual a cidade, apesar de tantos golpes de vento e borrascas sazonais teima em manter ao menos duas paredes de pé. Casa d'Aldeia é a minha casa. Seja bem vindo a ela!
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25 de set. de 2011

OUTROS PARANGOLÉS

...Mas, hein? Ando me aprofundando, pois é, ando chispado, como diria meu amigo Marcelino Freire: "é Bangalafumenga". Como dizia, tenho me aprofundado n'algumas coisas, entre elas, peguei mania de prospectar (gostaram dessa? prospectar - verbinho empolado), pois é, de vez em quando flagro a mim mesmo em plena prospecção. Vasculho o youtube, myspace, reverbnation, clube Caiubi, sonora, etc. etc. O que procuro? Indícios. Indícios - calma, tentarei explicar. Do que tenho ouvido, dentre os experimentos (coisa normal para quem chega e deseja mostrar novidade) e a condução (intuitiva às vezes) de linhas mais tradicionais do cancioneiro popular brasileiro. Cancioneiro desdobrado em um leque amplo e abrangente. Noto as tentativas, desde o começo do novo século, em dar maior "sensibilidade" às canções. Mesmo, que para isso seja necessário teatralizar o canto. E tal condução, que não reputo seja forçada ou de mau gosto, justo o contrário, deixa em prejuízo muita vez a harmonia e a melodia. Que se simplificam. E tal simplificação alcança o ritmo de tal forma a fazer com que todo compositor que envereda nesse caminho "alivie" o andamento em prol do verso. Me refiro, àqueles que estão na mídia, pois, há compositores de temas muito sutis, rebuscados e belos como as canções: "Circe Cabaret e Mr. Hide" de Diego Silva; "Apoema" de Otávio Segala e Clóvis Itaquy; "Cecília" composta por este modesto autor e por Ita Arnold, etc. etc. que não o fazem. Ou seja, não reforçam um único viés da canção. Preferindo o risco do excesso ao esvaziamento da forma e o abastardar do conteúdo. Não. Não acho de meu gosto esse modo novo que se achega, eu o aprecio. Localizei no youtube videos da cantora Letuce, adicionei aos favoritos. Me deparei por intermédio de minha namorada com a obra de Maria Gadú, de Leandro Leo e outros tantos não frequentadores de minha praia, de meu "groove" abatucado. Gostei de canções e de diversos autores e intérpretes que ouvi (nem todos). Ser reacionário me perdoem é próprio da minha "antropofagia" Tapuia & meu ziriguidum Bantu... Todavia, sinto, e é isso mesmo: apenas a ocorrência de uma sensação, que essa nova obra está em aberto. É uma obra em curso em progresso. Mais que uma busca por uma nova linguagem, talvez nem tão nova pois em nada supera o experimentalismo tropicalista, se trata da sedimentação de um discurso diferente. O teor desse discurso é bem outro daquele propagado até a década de 90. Se trata de uma linguagem suave e descomprometida de qualquer postura afirmativa e pessoal. Tanto letra quanto melodia perderam a "assinatura" de seu autor porque passaram de obras afirmativas de um ponto de vista a simplesmente obras. Isto é ruim? Não, acho que não, trata-se apenas de um ângulo novo da visada desses autores. E tais obras  serão arte? Claro que sim. Uma arte musical diversa daquela da velha escola da MPB ou de renovadores do cenário musical brasileiro como Cazuza e Renato Russo. Diferente desses o novo discurso prefere não assumir nenhum tipo de comprometimento. Quer apenas "causar" sem declarar-se favorável à essa ou áquela bandeira ou proposição, seja por falta de base (como diria Mariana Blanc) ou por cagaço como eu digo. Reputo isso ao vaticínio de Andy Warhol "No futuro toda gente será famosa durante 15 minutos". E, ao que tudo indica essa fama depende em muitos aspectos de desagradar o menor número possível de consumidores, ainda que o "produto" posto á disposição não seja lá essas coisas.

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