Casa d'Aldeia é a casa original, a mais antiga habitação de minha cidade natal Cachoeira do Sul. Habitação, que, igual a cidade, apesar de tantos golpes de vento e borrascas sazonais teima em manter ao menos duas paredes de pé. Casa d'Aldeia é a minha casa. Seja bem vindo a ela!
Portuguese English French German Spain Italian Dutch Russian Japanese Korean Arabic Chinese Simplified

twitter orkut facebook digg favorites mais

24 de set. de 2008

Munição pesada - a etimologia do crack







O refino de cocaína deixa como subproduto, refugo ou bôrra, a substância conhecida como crack.. Esse substrato nada mais é senão cocaína concentrada, em estado quase puro. O crack é inalado, fumado em cachimbos de vidro ou alumínio. Quando os vapores produzidos pela queima entram na corrente sangüínea via vasos pulmonares, a substância leva oito míseros segundos para chegar ao cérebro. Lá o crack bloqueia os receptores de dopamina (catecolamina – composto natural fabricado pelo organismo) dos neurônios impedindo a dopamina ligar-se a esses receptores. (A dopamina é o agente responsável pelas sensações de prazer no organismo) Quando o crack se dissolve liberando acesso à dopamina é tal a quantidade acumulada que ocorre uma verdadeira inundação dos neurônios. O efeito disso são sensações intensas de prazer, bem estar e alto grau de euforia. Todavia o efeito não dura além de dez minutos. Tão logo se normaliza o fluxo da dopamina para os neurônios as sensações agradáveis desaparecem. Por sua curta duração a “viagem” com o crack induz o usuário a tomar nova dose quase imediatamente após a primeira, e assim sucessivamente. Por sua toxidade o crack pode gerar dependência a partir da primeira experiência.
Termo de origem anglo-saxã quando vertido para o português a palavra “crack” dá margem a variada gama de interpretação, conforme o contexto: Fenda, estrondo,louco, famoso, excelente; “the crack of doom” – a explosão do juízo final. Craksman, gíria para arrombador.
São apenas alguns exemplos. Quase sempre crack alude ao monumental, positiva ou negativamente.
No Brasil em qualquer cidade de grande ou pequeno porte, o crack já garante presença. E se engana quem pensa que por se tratar de uma droga relativamente barata ela freqüente apenas consumidores com baixo poder aquisitivo, em situação de vulnerabilidade social. O crack é democrata.
Numa estratégia bem sucedida de expansão dos negócios o crack hoje é encontrado misturado à maconha num produto híbrido chamado “mescla”. O potencial narcótico do crack potencializa vinte e cinco vezes o efeito do tetrahidrocanabinol, ou THC, alcalóide presente na cannabis sativa e cannabis indica, ambas conhecidas popularmente como maconha. Progressivamente o usuário de maconha irá passar ao crack. Assim espera o traficante e assim acontece. O crack além da alta dosagem de cocaína contém taxas elevadas das substâncias usadas no refino da coca, tais como: Éter, acetona, ácido etanóico, benzina, terebintina e outras tantas substâncias decorrentes da combinação desses agentes químicos altamente tóxicos.
Como combater o crack? Talvez seja presunção minha dizer isto, mas a única alternativa de combate ao crack ou qualquer outra droga é a educação. Combatendo a ignorância se combate o crack. Jamais se espera erradicar o consumo do crack ou e qualquer outra droga ilícita mas a educação pode reduzir esse consumo a níveis muito baixos.
A propósito: segundo especialistas recuperar um usuário contumaz de crack é tarefa quase impossível.

Nenhum comentário: