Casa d'Aldeia é a casa original, a mais antiga habitação de minha cidade natal Cachoeira do Sul. Habitação, que, igual a cidade, apesar de tantos golpes de vento e borrascas sazonais teima em manter ao menos duas paredes de pé. Casa d'Aldeia é a minha casa. Seja bem vindo a ela!
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19 de out. de 2008

O QUE HÁ MEU CARO LUPCÍNIO?

Quando a mulher amada sai pela porta pra não voltar,malandro se segura num risinho amarelo, dá tchau, sai correndo.
Não quer dar o braço a torcer. Sente pavor. Sente uma mágoa, pesando feito matacão lá dentro do peito. Exaltado, malandro chora miúdo escondido. Afinal homem não chora. Chora ou não chora?
Quando a mulher amada sai pela porta pra nunca mais voltar o valente se afrouxa. Mata no borrão do peito a esperança. Sustenta nos braços, sob ombros arcados tal Adamastor, o mundo com todas as suas belezas e veleidades. Cruezas, injustiças, misérias também. Quando a mulher amada sai pela porta, o malandro desconfia se vive ou já é defunto. Só não comenta com ninguém, tem medo disso, dessa "morbeza", como diriam Wally Salomão e Macalé, se confirmar.
Quando o amor sai pela porta pra nunca mais voltar, ao menos não dum jeito amoroso, o malandro sabe: Não importa quão belos sejam os sambas compostos graças a comoção. Não importa em quanta cachaça, quanta fumaça, quanta arruaça & trapaça ele se enfie. Não importa nada ele sabe: Vai virar boi de piranha. Rolará sobre cacos de vidro. Se sentirá feito um otário, igual aqueles nos quais dá voltas e aplica salames á granel. Quando a mulher amada não deseja ser amada pelo malandro postiço (porque malandro de verdade não ama, tenteia) o mundo acaba sem samba e sem jazz.

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