Casa d'Aldeia é a casa original, a mais antiga habitação de minha cidade natal Cachoeira do Sul. Habitação, que, igual a cidade, apesar de tantos golpes de vento e borrascas sazonais teima em manter ao menos duas paredes de pé. Casa d'Aldeia é a minha casa. Seja bem vindo a ela!
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28 de abr. de 2009

GRIPE SUÍNA: A VINGANÇA DE PORKY'S

Imagem: forum.envikenrecords.com
Não tenho orgulho pelas revelações que estou prestes a realizar, tampouco sinto vergonha ou outro tipo de constrangimento. Sou homem primitivo. Aprecio carne vermelha. Meu tipo sangüíneo (com trema & assento) é O+. Mais comum entre aqueles descendentes das antigas linhagens humanas. Não demonstro vergonha ao chorar em público, assim como não me acanho em partir o crânio de algum adversário fazendo uso de um pedaço de quartzo, formação comum no solo da nossa região. Oscilo entre a sensibilidade por imitação e a truculência controlada. Assumo essas marcas de infortúnio. Se alguém me agride o revide é imediato. Posso sustentar uma discussão filosófica horas a fio.Tenho base intelectual para isso. Todavia, não suporto conversas inúteis por tempo superior a um minuto.

Assistindo na televisão um seriado estadunidense chamado Raja no qual um menino de 14 anos de origem paquistanesa vive com uma família norte americana (intercâmbio) confirmo o estado de demência e decadência daquela sociedade. O episódio tratava de duas questões com uma abordagem bizarra e escapista. Mães de alunos do colegial formaram uma comissão e foram ao diretor da escola pública aonde estudam Raja e seu colega (filho da família que o hospeda) pleitear a exclusão das listas de leitura obrigatória de livros como: Madame Bovary de Flaubert, Orgulho e Preconceito de Jane Austin e obras que iam de Melville a Faulkner. Sob alegação de conteúdo obsceno - ninguém mencionou a bíblia!

A comissão das senhoras vigilantes literárias estabeleceu um índex contendo vários títulos. Os desaprovados iam parar no lixo. Qualquer semelhança com os expurgos literários promovidos por ditadores como Hitler, Mao Tse Tung e Joseph Stalin não é mera coincidência.

O adolescente da família que hospeda Raja desenha mulheres com peitos grandes, se masturba, sofre complexo de culpa, e é perturbado pela idéia do pecado, além de sofrer pressão da mãe controladora. O pai da família é um tipo submisso, incapaz e totalmente dependente da mulher, não tem voz ativa dentro de casa. Não fala nada relevante.

A manifestação desse tipo de ignorância por "patrulhas" ligadas ao politicamente correto advém da massificação do ensino mal absorvido e conflitante, e de preconceitos adquiridos no seio da família média norte americana. Não há muito a fazer para modificar esse quadro a médio prazo. A injeção de novo material genético - à força da clandestinidade, com mexicanos invadindo as fronteiras estadunidenses poderá estabelecer alguma modificação nesse quadro. O catolicismo fervoroso dos mexicanos é hipócrita e transige a sincretismos e permissões impensáveis na ideologia mórbida do puritano.
Enfim, a dicotomia sempre foi a tônica na sociedade estadunidense. Facções rivais em eterno confronto na luta por seus direitos, em defesa das suas crenças, muitas delas carregadas de preconceito.
Num país segmentado em cores étnicas (negro/latinos/asiáticos) deveria haver maior tolerância quanto às diferenças. Porém, isso não é bem assim. Mesmo que os estadunidenses se gabem de ser aquele país uma democracia plural os "pogroms" literários ou não continuam existindo. E, incipientes produções televisivas como esse mendionado seriado "Raja" ao abordarem o tema tentando lhe emprestar um tom de comicidade não fazem nada além de evidenciar o assunto.

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