Casa d'Aldeia é a casa original, a mais antiga habitação de minha cidade natal Cachoeira do Sul. Habitação, que, igual a cidade, apesar de tantos golpes de vento e borrascas sazonais teima em manter ao menos duas paredes de pé. Casa d'Aldeia é a minha casa. Seja bem vindo a ela!
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26 de jul. de 2009

APICULTOR DE MAMANGABA

http://www.treklens.com/
Dentre a fauna da região sul do Brasil figura um gênero de abelha geralmente não social chamada mamangava ou mamangaba (xylocopa frontalis), que, no entanto, produz mel. Já as abelhas do gênero melipona produzem mel e possuem uma característica mui atraente: não têm ferrão. Cá no Rio Grande do Sul há algumas espécies nativas de melipona: alichiguanas, mirins, irapuás e tubunas. Nenhuma delas possui o temido aguilhão...
Desde tenra idade fui iniciado por meu pai no mister de localizar e rtirar o mel das colméias de abelhas nativas. O trabalho é bem simples: à beira de um arroio de água limpa se espreita os insetos que veem tirar água. Seguindo essas operárias até a colméia, e, posteriormente com cuidado para não destruir inteiramente casulos e alvéolos retira-se não mais da metade da quantidade de mel e cêra existentes.
(...) Aos oito para nove anos de idade eu me julgava expert no assunto de colheita de mel silvestre. Havia inclusive experimentado a perigosa empreitada de "melar" camoatim. Abelha nativa do Rio Grande agressiva, e cuja ferroada é muito dolorosa. Confiando nessa capacidade "técnica" adquirida, certa vez, numa de tantas incursões solitárias pelos campos próximos à minha casa deparei-me com a seguinte cena: um "bolo" de mamangabas, enormes abelhas pretas listradas de amarelo (aqui chamadas: mamangaba picaça), reunidas entorno de uma toca no chão no que parecia ser o prelúdio de uma revoada. Ao que eu sabia elas formavam pares. Viviam e nidificavam no chão ou em ôcos de árvores. Exultante, e surpreso com o achado, logo concluí que naquele lugar havia um grande ninho repleto de favos de mel expesso, verdolengo, e muito doce que elas fabricam exclusivamente do polén das flores do maracujá - as mamangabas são os únicos insetos aparelhados pela natureza para realizar a polinização do maracujá.
Diante de tudo isso não tive dúvidas. Munido de uma taquara comprida desferi uma tremenda bordoada no lado daquele monturo de insetos. As mamangabas, reagiram como as demais espécies de abelha costumam reagir a barulho e vibrações de alta frequência: atacaram. Zumbindo alto tal qual os possantes motores dos velhos caças da segunda guerra partiram atrás do alvo, no caso eu, a essa altura engrenando desabalada carreira em direção á minha casa.
Das duas dezenas de abelhões em meu encalço somente duas ou três (turbinadas) lograram me alcançar. Todavia, como as nada gentis mamangabas têm a péssima característica de não deixarem o ferrão quando aguilham, as três que me alcançaram fizeram um estrago e tanto. Levantaram-se em minhas costas (estava sem camisa) uns seis ou sete calombos fruto do inchaço provocado pela peçonha das ferroadas. Feridas dolorosas que levaram uma semana para sarar. Enquanto isso passei a dormir de lado. E assim encerrou-se minha promissora carreira de apicultor de mamangabas.

Um comentário:

Anônimo disse...

Alexandre, seria um praser trocar uma ideia com vc, visto q eu me criei no intrior de sao pedro do sul rs, estou tentando criar jatai, mirim eu ja tenho, minha regiao tem arvores q tem mais de um mirim, mas jatai é pouco. procure meu face, Giovane Goncalves F Sao pEDRO DO sUL