Casa d'Aldeia é a casa original, a mais antiga habitação de minha cidade natal Cachoeira do Sul. Habitação, que, igual a cidade, apesar de tantos golpes de vento e borrascas sazonais teima em manter ao menos duas paredes de pé. Casa d'Aldeia é a minha casa. Seja bem vindo a ela!
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19 de ago. de 2008

Infortunio e Evolução

Eventualmente nos frustramos com fatos que ocorrem em nossas vidas e mesmo com eventos alheios a nós, mas que nos dizem respeito em algum nível (escrevo isto durante o jogo Brasil 0 x 3 Argentina). Quando tudo dá certo costumamos nos acomodar, creditando o sucesso mais aos nossos supostos méritos do que às circunstâncias, estagnamos no estágio alcançado, e nos enchemos de soberba, nos julgando imbatíveis. Enquanto esse "sucesso" perdurar, não nos movimentaremos em direção alguma (time que está ganhando não se mexe) e estaremos sem perceber nos colocando em oposição à natureza da vida, onde tudo evolui constantemente. Se faz necessário nessa hora, que ventos contrários nos chacoalhem e nos mostrem a necessidade de estar em constante transformação, e a sábia natureza felizmente providencia estes ventos com o objetivo de nos oportunizar novas chances de aprimoramento. Infelizmente enquanto navegamos com as velas infladas pelos ventos de popa, costumamos esquecer de preparar os humores, as cordas, as velas, para possíveis intempéries do tempo, o que ocasionalmente nos traz estragos maiores e, conseqüentemente, nos exige maiores esforços para restaurar nossa nave e colocá-la novamente em movimento. Penso que o jargão que diz que devemos aprender com os erros é mais oportuno que o que diz que em time que está ganhando não se mexe, porém precisamos aprender constantemente, nos adiantando aos erros, minimizando suas possibilidades, atentos aos sinais do tempo, adivinhamos a vontade dos ventos e navegamos sempre com vento a favor. Somos por natureza orgulhosos e arrogantes, nos apegamos às nossas idéias e projetos, lutamos insistentemente para realizar o que planejamos, normalmente sem a flexibilidade que nos permitiria adaptar nosso planos às condições externas. É difícil para nossos egos, admitir que erramos, é hábito buscarmos causas externas para os infortúnios, nos eximindo das culpas (palavra feia) e atraindo mais infortúnios, desperdiçando oportunidades preciosas de transformação. Por fim, ao refletir acerca desse assunto, concluo que a boa ventura nem sempre é boa, pode ser enganosa, e que as intempéries sim, são aliadas, os ventos contrários aos nossos planos de navegação, talvez sejam aliados, tentando nos mostrar a direção correta, é uma pena que enquanto lutamos contra os ventos "desfavoráveis", nos desgastamos, quebramos mastros, e retardamos ainda mais a chegada ao objetivo que desconhecemos. Quem sabe os ventos que nos afastam do caminho das Índias nos levem a descobrir o Brasil...

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